O museu conquista os visitantes logo à entrada.

Um conjunto de lagos e repuxos dão um ar de frescura a uma terra que pode ser bem fustigada pelas temperaturas altas do verão. Nas margens destas quase piscinas surgem pequenas cabras em ferro que fazem a alegria dos mais novos.

No interior, o museu de visita gratuita oferece vários núcleos completamente distintos. Uma viagem pelas profissões que ocuparam as gentes da terra como a agricultura, a tecelagem, a costura, a marcenaria ou a forja com alguns instrumentos. Um recanto ainda para a sala de aula, com as pequenas carteiras de madeira e tinteiros de louça no respetivo orifício, os sacos de tecido onde as crianças levavam a merenda, os mapas, as réguas e o transferidor pousados no quadro. Tudo tão realista que só faltam mesmo os meninos nos seus bibes ávidos de aprender a lição. E no extremo oposto a incontornável taberna/mercearia com os tradicionais copos de três e as cartas a postos para a jogada seguinte.

Mais à frente, com uma moderna técnica expositiva, é possível ver vestígios humanos que remontam ao paleolítico. As pontas de lanças em sílex e outros utensílios feitos a partir da pedra lascada mostram o engenho humano para sobreviver num ambiente hostil. Mas se nesta região de Portugal o homem já caçava desde tempos imemoriais, é do tempo dos árabes e dos romanos que existe uma maior abundância de achados arqueológicos. Até à Idade Média é só um pulinho e mais outro até à modernidade. Com alguma graça, até as casas de banho servem para exibir utensílios comuns dos tempos mais recentes (leia-se bacios).

No primeiro andar muda-se de página e dá-se espaço a exposições temporárias. Por agora uma mostra dos trabalhos de Marco Correia que faz ilustração científica. As cagarras, os verdilhões, os pica-paus, os guarda-rios e muitos outros parecem querer saltar do papel, esticar as asas e voar, tal o realismo dos trabalhos.

A visita prossegue num outro espaço anexo ao museu onde existe outra exposição temporária de bicicletas de sidecars. Os exemplares pertencem todos a João Seixas, um colecionador particular que gosta de partilhar a sua paixão com os outros. É mais uma incrível viagem no tempo.

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