As grutas de São Mamede são mais conhecidas como Grutas da Moeda. Reza a lenda que um homem rico deixou cair no algar uma bolsa cheia de moedas ao tentar fugir de um bando de ladrões que o tentou assaltar. As moedas perderam-se no precipício e assim se explica o nome desta gruta a 45 metros de profundidade.

Só podem ser visitados cerca de 350 metros e obrigatoriamente acompanhados de um guia. Ver as formações moldadas pelos rios subterrâneos ao longo dos séculos acompanhadas das explicações de quem sabe faz toda a diferença. E os nove euros do bilhete (para maiores de 12 anos) são bem empregues.

A gruta está sempre a 18ºC e leva cerca de duas horas a visitar (juntamente com o centro interpretativo). Não te preocupes porque nunca te vai faltar o ar – a presença de água nas grutas ajuda a oxigenar a atmosfera lá em baixo. As estalactites (teto) e as estalagmites (chão) formam composições incríveis, como as colunas (quando ambas se unem), bandeiras (decorrentes das escorrências) ou a couve-flor (que se forma quando existe uma elevada concentração de dióxido de carbono). E algumas salas até foram batizadas de acordo com as “representações”: a sala do pastor deve o seu nome a uma rocha que lembra um pastor sentado (a primeira a ser descoberta em 1971 por caçadores que corriam atrás de uma raposa), a sala do presépio, o nicho da virgem, a sala marítima, a capela imperfeita ou a fonte das lágrimas. Prepara-te que vais sentir algumas gotas de água na cabeça, sobretudo se tiver chovido abundantemente em dias anteriores e não te preocupes porque não existe nenhuma derrocada desde que as grutas foram descobertas. São feitas medições com frequência para avaliar a sua estabilidade e ainda decorrem escavações para dar acesso a novas galerias. E para teres uma ideia estas estalactites crescem cerca de um centímetro a cada 100 anos!

Aproveita também para dares uma passagem pelo Centro de Interpretação das Grutas da Moeda onde podes ficar a conhecer um pouco melhor as várias formações calcárias, mas também ver fósseis de tempos jurássicos e perceber que a fauna atual é o corolário de milhares de experiências evolutivas com resultados muito diferentes.

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