O mar ainda é o ganha-pão de muitos. Na praia da Vieira resistem três companhas. Sempre que as condições o permitem, os pescadores lançam as redes ao largo para as recolher, horas depois, com a ajuda de tratores. São precisos dois para as resgatar. Um para cada ponta. Metro após metro, aproxima-se o sustento daquelas famílias, presas na sorte do que as redes trazem. Sardinhas, carapaus, robalos. As redes prendem nas malhas centenas de exemplares. A trepidar de frescura e vigor tentam em vão soltar-se.

As dezenas de curiosos que se alinham para admirar esta arte ancestral não se podem descuidar porque o vaivém dos tratores, que substituíram os bois no puxar das redes, é incansável. Com uma agilidade surpreendente e uma mestria invejável, em pouco mais de uma hora as redes estão de nova arrumadas e prontas para a próxima faina.

O resultado da pescaria é vendido nas imaculadas bancadas de mármore, mesmo no topo da praia da Vieira.

Esta arte milenar que apenas se realiza entre os meses de abril e setembro, quando o mar cessa a sua fúria e a força do homem leva a melhor, dá emprego a cerca de 100 pessoas e abastece de peixe fresco os restaurantes da localidade. Já os despojos, que ainda são muitos, são o banquete das gaivotas.

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